sábado, 23 de agosto de 2008

A imagem -Natália Sampaio

Segundo o autor Octavio Paz, a imagem tem significados que vão ganhando sentidos dependendo de quem as observa. Toda imagem aproxima ou conjuga realidades opostas entre si, submetendo-se uma unidade da pluralidade do real. O autor aborda em seu texto a questão da dualidade sob a ótica das tradições ocidentais e orientais, no Ocidente a dualidade seria conceituada como algo contrário, já no Oriente, signos completamente opostos dependendo da abordagem podem ser considerados complementos.
Segundo Octavio Paz, a poesia possibilita algo mais que dizer a verdade, pois cria sua própria lógica, para o poeta suas imagens nos dizem algo sobre o mundo e sobre nós mesmos e esse algo, ainda que pareça um disparate, nos revela de fato o que somos. Diferente da frase que sempre faz referência à outra, a imagem explica-se a si mesma, sentido e imagem são a mesma coisa, sustentada em si mesmo ela é o seu sentido.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Texto: A Imagem - Octavio Paz - Por Mariana Oliveira


A angústia do ser humano em compreender a sua essência o leva a cair no abismo, onde ora tudo parece ser explicado pela dialética, ora pela consciência espiritual. É, basicamente, esse abalo incondicional do ser que o texto A imagem, de Octavio Paz retrata. De imediato, o autor proporciona a refletirmos sobre a diferença do que é a imagem em seu sentido único e imagem representada através dos signos. O primeiro seria tudo criado pela nossa imaginação sem que fosse designado a dizer que isto é isto e aquilo é aquilo; o segundo seria o oposto: a imagem conceituada através da retórica que diz o que é e o que não é. Portanto essa dualidade de significados nos remete a perceber que a imagem ao mesmo tempo que representa uma só realidade permite a pluralidade do real.Os diversos significados de uma só imagem são fundamentados pelo pressuposto da verdade, a qual é questionada devido ao fato de não existir algo concreto que comprove-a. Surge uma permissão de liberdade em quebrar a função das dicotomias com a realidade. O indivíduo, nesse momento, não precisa se referenciar no sentido da linguagem, ele é livre para recriar a verdade a partir da sua existência. Assim, a imagem e o sentido são reveladores do imaginário de quem faz o próprio sentido.